segunda-feira, 21 de março de 2011

Desenvolvimento - Trem-bala divide opiniões no Brasil

 Trem-bala: O desenvolvimento que divide opiniões no Brasil



Nos próximos anos o Brasil sediará os dois principais eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Para isso, o país deverá reestruturar o atual sistema de transportes. Uma das soluções apresentadas pelo governo é a construção de um trem de alta velocidade (TAV) ligando as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.
O leilão de licitação para o início das obras, conforme planejamento governamental, deverá ocorrer no próximo mês. A proposta inicial era de que a estrutura estivesse pronta para o mundial de futebol, que será realizado em apenas três anos. No entanto, estudos mostram que uma obra dessas pode demorar até seis anos para ser concluída.
Desde que o projeto foi apresentado, a novidade tem divergido opiniões. Os motivos são diversos, alguns protestam contra os impactos ambientais das obras, outros acreditam que os custos sejam absurdos e deveriam ser investidos em outras áreas e existe também quem seja a favor, acreditando que esse é um passo importante para o desenvolvimento do Brasil.
As obras realmente causam impactos ambientais, principalmente pela extensão do projeto, que chega a 518 quilômetros. O trajeto é formado em 26% por viadutos ou pontes e em 33% por túneis. Os custos também são altos e, conforme estimativas, devem ser necessários 34 bilhões de reais para que os trens comecem a circular.
O formato é inspirado nas realidades europeia e japonesa, que ao longo dos anos perceberam que esse tipo de transporte era mais seguro, econômico e limpo do que os carros ou aviões. Na Alemanha o sistema existe desde 1991 e, conforme publicado pelo jornalista Thiago Guimarães, no blog “Pra lá e pra cá”, a empresa responsável pelos trens no país se orgulha de manter um meio de transporte tão eficiente. O argumento defendido é o de que “nenhum outro meio transporta pessoas e mercadorias de um modo simultaneamente rápido, seguro e ambientalmente amigável”.
Optar por transporte ferroviário é uma boa alternativa para alcançar metas de redução nas emissões dos gases de efeito estufa que são liberados pela queima de combustíveis fósseis. Comparando com outros meios de transporte os trens são significativamente mais eficientes, suas emissões de dióxido de carbono por pessoa por quilômetro giram em torno de 50g CO2/pessoa-quilômetro. Os carros emitem em média 140g/p-km e os aviões variam de 189 a 360g/p-km.
Os passageiros que se locomovem diariamente entre Rio de Janeiro e São Paulo utilizam, atualmente, como principal meio de transporte os aviões. Com o “trem-bala” esse mesmo trajeto poderia ser feito em apenas 80 minutos, sem preocupações com aeroportos, de maneira confortável e muito mais limpa, no que se diz respeito às emissões de gases de efeito estufa. A estimativa é de que 89 mil passageiros venham a utilizar esses trens por dia.
Outro argumento utilizado pelo governo brasileiro é o de que uma estrutura como essa gera desenvolvimento social e econômico para o país. Ela possibilitará uma melhor distribuição da população, geração de empregos diretos e indiretos e deverá reduzir a aglomeração nas grandes metrópoles.
Mesmo com pontos positivos e negativos, esse grande projeto deve ser muito bem planejado antes de ser executado. Para os críticos, é importante que sejam pesados os benefícios e os malefícios, considerando o desenvolvimento sustentável que essa tecnologia pode trazer para o futuro brasileiro em longo prazo.  


Fonte: Redação CicloVivo

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