quarta-feira, 16 de março de 2011

Energia - Soluções para os "energeticamente pobres"

Foto: Matthieu Aubry / Creative Commons
 
Soluções para os "energeticamente pobres"


Na Índia, centenas de milhões de pessoas - 45% da população rural - vivem em cidades sem eletricidade. Muitas delas são pobres, e enfrentam os problemas do analfabetismo e da subnutrição. Agora, elas começaram a ser definidas como "pobres em energia", e isto faz um bocado de diferença, comenta o Huffington Post.

Isto porque as soluções para os energeticamente pobres estão surgindo em todo canto. Lanternas solares estão se tornando acessíveis, a U$ 10, com a queda constante de preços de seus materiais, e há melhores fogões domésticos, que produzem mais calor com menos combustível. Digestores de biogás estão começando a fornecer eletricidade para vilarejos inteiros. A idéia é que, se os pobres rurais tiverem mais energia, na forma de calor e luz renováveis, muitos de seus problemas poderão ser solucionados.

No Ocidente e em outras partes desenvolvidas do mundo, tecnologias de energia renovável irão um dia suplantar as fontes de energia poluentes, como carvão, petróleo e nuclear (estas duas últimas vistas cada vez com mais suspeitas, depois do desastre do Golfo do México e do desastre nuclear japonês em curso). Mas, para quatro bilhões de pessoas na África, Ásia e América Latina, que têm pouco ou nenhum acesso à energia, a perspectiva de sua produção local e renovável pode ser um grande fator de mudança. Uma lâmpada de LED alimentada pelo sol fornece energia suficiente para que crianças possam estudar de noite e seus pais desempenhem tarefas importantes em seus lares. Um fogão que usa menos combustível pode economizar horas de trabalho de uma mulher que passa o tempo catando materiais para utilizá-lo. E há os benefícios para a saúde. Estima-se que emissões de lanternas de querosene e fogões precários causem meio milhão de mortes na Índia por ano, e 6% de todas as doenças relacionadas ao problema no país.

Dezenas de empresas estão tentando capturar um mercado de energia limpa calculado em U$ 2.1 bilhão na Índia rural. Mas os obstáculos para a adoção de novas tecnologias são enormes. Pessoas do interior olham lanternas solares e fogões modernos com a mesma desconfiança que pessoas do mundo desenvolvido têm sobre a instalação de painéis solares em seus telhados. Vão se pagar? Em quanto tempo? Se quebrar, quem conserta?

E os sistemas de energia suja na Índia têm uma longa história de apoio governamental. Assim como os EUA continuam subsidiando carvão, petróleo e gás, o governo da Índia faz o mesmo com seus agricultores, usando queresone. Um morador rural tem um fornecimento mensal de querosene pelo equivalente a dois dólares - combustível usado em lanternas produzidas em casa, que podem causar incêndios, poluem e produzem uma luz escassa, embora sejam mesmo muito baratas. 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário